EM FLAGRANTE
Presidente da CPMI do INSS manda prender economista por falso testemunho

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), determinou na madrugada desta terça-feira (23) a prisão em flagrante do economista Rubens Oliveira Costa, acusado de cometer o crime de falso testemunho durante depoimento.
Costa, que foi conduzido pela Polícia Legislativa, acabou liberado após prestar depoimento, sem necessidade de pagamento de fiança. Um inquérito policial foi instaurado e deverá ser encaminhado ao Poder Judiciário.
O economista compareceu à CPMI como testemunha, amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele não assinou o termo de compromisso de dizer a verdade e se amparou no direito de permanecer em silêncio diante de algumas perguntas.
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Apesar disso, segundo o senador Carlos Viana, Costa acabou mentindo, omitindo informações e se contradizendo em trechos do depoimento que durou mais de sete horas. “Diante das mentiras constatadas, das contradições flagrantes e da ocultação de documentos, está caracterizado o crime de falso testemunho. Na condição de presidente desta comissão, diante do flagrante delito, eu dou voz de prisão ao depoente e determino que a Polícia Legislativa proceda imediatamente à condução do preso com todas as garantias constitucionais e que seja comunicada a autoridade judicial”, declarou Viana.
Rubens Oliveira Costa negou envolvimento em fraudes contra aposentados e pensionistas e disse não ter sido sócio de empresas ligadas a Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, preso em 12 de setembro por comandar um esquema milionário de descontos irregulares em benefícios previdenciários.
Mesmo com a negativa, seu nome está entre os 21 investigados pela CPMI que já tiveram o pedido de prisão preventiva encaminhado ao STF.
Para o presidente da comissão, Costa perdeu a chance de colaborar com as investigações e preferiu esconder informações. “O que o Brasil assistiu foi, mais uma vez, o silêncio de quem sabe como funcionou o maior esquema de roubo de aposentados do país”, afirmou Viana.
A CPMI do INSS segue ouvindo testemunhas e investigados para apurar o suposto esquema de fraudes que teria desviado milhões de reais de aposentadorias e pensões em todo o país.

Política Nacional
Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal rejeita e enterra PEC da Blindagem em resposta à pressão popular

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou, nesta quarta-feira (24), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, que exigia autorização prévia do Congresso para o início de ações penais contra deputados e senadores.
O texto aprovado anteriormente na Câmara previa que o Supremo Tribunal Federal (STF) e demais instâncias judiciais só poderiam abrir processos criminais contra parlamentares com o aval do Legislativo. Além disso, determinava que, no caso de prisão em flagrante, a decisão da Casa sobre manter ou não a detenção seria tomada por voto secreto.
Outro ponto polêmico era a extensão do foro por prerrogativa de função aos presidentes nacionais de partidos políticos com representação no Congresso.
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O relator da matéria, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou parecer pela rejeição. Para ele, a PEC representava um “golpe fatal” à legitimidade do Parlamento e abriria espaço para transformar o Legislativo em “abrigo seguro para criminosos de todos os tipos”.
Vieira destacou que a proposta recriava a antiga imunidade processual extinta pela Emenda Constitucional 35, de 2001, mas em termos ainda mais benéficos aos parlamentares. Essa cláusula, existente de 1988 a 2001, permitia que a Casa legislativa tivesse a palavra final sobre a abertura de processos contra seus membros. “Na prática, o que a PEC pretende não é dar condições plenas ao exercício do mandato, mas blindar parlamentares de consequências legais por crimes graves, como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa”, afirmou.
O senador ressaltou ainda que a tramitação da PEC na Câmara foi contestada no STF por supostas irregularidades e que a real motivação da proposta era “proteger autores de crimes”, configurando desvio de finalidade e inconstitucionalidade.
Durante a sessão, 23 dos 27 senadores titulares da comissão se pronunciaram. A maioria classificou a PEC como um retrocesso e um ataque à transparência.
Omar Aziz (PSD-AM) ironizou os apelidos que a proposta recebeu: “PEC da Picaretagem, PEC da Imoralidade, PEC da Bandidagem, PEC dos Intocáveis”.
Eduardo Girão (Novo-CE) disse que os deputados “erraram na mão” ao aprovar o texto na Câmara. “Essa PEC precisa ser enterrada hoje”, afirmou.
Sergio Moro (União-PR) declarou que a mudança seria um retrocesso inaceitável: “Não podemos retroceder. Essa mudança de 2001 foi um avanço que permitiu destravar processos contra políticos”.
Fabiano Contarato (PT-ES) defendeu a rejeição unânime: “É um escárnio com a população brasileira. Essa PEC precisa ser sepultada”.
Carlos Portinho (PL-RJ) chamou a proposta de “indecente” e disse que não representava nenhum partido.
Eliziane Gama (PSD-MA) avaliou que a PEC criava um “muro de impunidade” e reforçava a desconfiança da sociedade no Congresso.
Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou que o Parlamento passaria a “abrigar cometedores de crimes sofisticados”.
Alguns senadores ressaltaram a pressão popular contra a proposta, como Jorge Seif (PL-SC), que retirou pedido de voto em separado diante da mobilização da sociedade.
Com a rejeição, a PEC 3/2021 foi arquivada na CCJ e não seguirá ao Plenário do Senado. O desfecho foi interpretado como um sepultamento imediato da proposta, que havia sido duramente criticada desde a sua aprovação na Câmara.
O líder da Oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), votou contra a PEC, mas cobrou coerência do Congresso e defendeu a instalação de uma CPI para investigar supostas perseguições judiciais a adversários políticos. O requerimento, de autoria do senador Esperidião Amin (PP-SC), já conta com assinaturas suficientes e aguarda leitura no Plenário.
A rejeição foi celebrada por entidades da sociedade civil e organizações de combate à corrupção, que apontaram risco de retrocesso caso a PEC fosse aprovada. Para os críticos, a decisão preserva a independência do Judiciário e mantém mecanismos de responsabilização de autoridades eleitas.
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