A crise interna na Unimed Cuiabá ganhou um novo capítulo nesta semana. Um grupo de médicos cooperados protocolou uma solicitação formal para que a diretoria executiva convoque, no prazo de até 48 horas, uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) com o objetivo de discutir a destituição imediata da atual gestão, presidida por Carlos Bouret, além de outras medidas relacionadas à administração da cooperativa.

O documento, que já reúne cerca de 350 assinaturas, propõe uma assembleia com sete itens de deliberação, entre eles: votação secreta para afastamento da Diretoria Executiva e do Conselho de Administração; anulação da aprovação do balanço de 2022 e realização de nova auditoria independente das contas da cooperativa.

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O balanço financeiro de 2022 é o principal ponto de conflito. Ele aponta um rombo de aproximadamente R$ 400 milhões, atribuído à antiga gestão da Unimed Cuiabá, comandada por Rubens Carlos de Oliveira Júnior.

Rubens e outros ex-dirigentes foram presos em outubro de 2024, durante a Operação Bilanz, deflagrada pela Polícia Federal, sob suspeita de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Apesar das acusações, o ex-presidente e os demais investigados negam as irregularidades e afirmam que o balanço foi manipulado pela atual administração para justificar o afastamento da antiga diretoria e concentrar poder na nova gestão. Segundo eles, essa suposta “maquiagem contábil” teria impactado financeiramente mais de 1.200 médicos cooperados.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Rubens afirmou acreditar que a assembleia será decisiva para “restaurar a transparência e resgatar a credibilidade” da Unimed Cuiabá. “A verdade, seja qual for, será conhecida. Estou certo de que a verdade salvará a cooperativa deste momento trágico. Aquilo que foi para quem não devia poderá ser retomado”, disse.

Morando atualmente no interior de Goiás, o ex-presidente declarou que se afasta das discussões internas, mas espera que a Unimed volte ao caminho da estabilidade. “Denunciei a mentira, fui ouvido por uns, criticado por tantos. E agora é com vocês. Aqueles que queriam evitar a verdade perderam. Esta verdade salvará a cooperativa. Este é o meu adeus e o meu desejo de que a Unimed reencontre o seu caminho.”

Novas denúncias

Além das manifestações de Rubens, Maurício Coelho, do Instituto Brasil Cooperado, também tem feito denúncias públicas contra a atual diretoria. Em textos divulgados no site da entidade, ele acusa os gestores de ocultarem informações dos cooperados e de obterem vantagens econômicas indevidas, o que teria gerado desinformação sobre a real situação financeira da cooperativa.

O grupo de médicos que assinou o pedido de assembleia exige que o encontro seja integralmente gravado para garantir transparência na elaboração da ata. Caso o pedido não seja atendido, os cooperados afirmam que “adotarão as medidas cabíveis”.

Até o fechamento dessa matéria a assessoria de imprensa da Unimed Cuiabá, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.