BRASIL
Justiça paga R$ 2,4 bilhões em atrasados do INSS; confira quem recebe
O CJF (Conselho da Justiça Federal) liberou mais de R$ 2,42 bilhões para pagar atrasados de revisões de aposentadorias, pensões, auxílios-doença e outros benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social). O pagamento corresponde a 115.181 processos, com 150.757 beneficiários. O depósito para o segurado depende do cronograma, da organização e do sistema de cada tribunal. Para saber quando irá receber, é preciso consultar o site do TRF (Tribunal Regional Federal) de sua região. Em São Paulo e Mato Grosso do Sul, o TRF responsável é o da 3ª Região, e o site para consulta é o trf3.jus.br. O segurado deve informar seu CPF ou a OAB do advogado da causa ou ainda o número do processo.
As quantias serão destinadas ao pagamento de RPVs (Requisições de Pequeno Valor) de até 60 salários mínimos, o equivalente a R$ 84.720 neste ano. Os atrasados são pagos em lotes mensais, conforme o mês em que a RPV foi autorizada (etapa também chamada de autuação ou emissão). É possível verificar a data da emissão no acompanhamento processual, após a ação virar um atrasado.
Apenas processos que já transitaram em julgado, ou seja, não têm mais possibilidade de recurso para discutir se há ou não direito àquela verba, viram atrasados. O lote tem processos ligados a benefícios previdenciários e assistenciais, com contemplados. Receberá neste lote mensal quem venceu a ação contra o INSS, conquistou atrasados de até 60 salários mínimos e teve a ordem de pagamento emitida pela Justiça no mês de setembro de 2024. COMO SEI EM QUAL DATA VOU RECEBER? A data de pagamento dos atrasados depende de quando o juiz mandou o INSS quitar a dívida e de quando a ação chegou totalmente ao final.
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Os atrasados de até 60 salários mínimos, chamados de RPVs, são quitados em até dois meses após a ordem de pagamento do juiz. Valores maiores viram precatórios, que são pagos apenas uma vez por ano. COMO SEI SE É UMA RPV OU UM PRECATÓRIO? Ao fazer a consulta no site do TRF responsável, aparecerá a sigla RPV, para requisição de pequeno valor, ou PRC, para precatório. Em geral, o segurado já sabe se irá receber por RPV ou precatório antes mesmo do fim do processo, porque os cálculos são apresentados antes. VEJA QUANTO FOI LIBERADO EM RPVS EM CADA REGIÃO TRF da 1ª Região (sede no DF, com jurisdição em: DF, GO, TO, MT, BA, PI, MA, PA, AM, AC, RR, RO e AP) Geral: R$ 877.742.863,30 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 764.637.615,75 (41.716 processos, com 48.874 beneficiários) TRF da 2ª Região (sede no RJ, com jurisdição no RJ e ES) Geral: R$ 240.329.127,21 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 195.332.329,97 (8.357 processos, com 11.941 beneficiários) TRF da 3ª Região (sede em SP, com jurisdição em SP e MS) Geral: R$ 442.596.170,60 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 355.070.155,28 (11.585 processos, com 14.897 beneficiários) TRF da 4ª Região (sede no RS, com jurisdição em: RS, PR e SC) Geral: R$ 557.049.381,17 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 493.699.938,34 (23.482 processos, com 31.528 beneficiários) TRF da 5ª Região (sede em PE, com jurisdição em: PE, CE, AL, SE, RN e PB) Geral: R$ 435.833.634,18 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 371.395.439,77 (17.673 processos, com 29.003 beneficiários) TRF da 6ª Região (sede em MG, com jurisdição em MG) Geral: R$ 264.979.297,83 Previdenciárias/Assistenciais: R$ 249.814.875,67 (12.368 processos, com 14.514 beneficiários)
Agronegócio
Deputado quer que Carrefour indenize produtores por danos à imagem da carne
As declarações do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, contra a qualidade da carne produzida no Mercosul continuam a gerar reações contundentes no Brasil. Para o deputado Alceu Moreira, o pedido de desculpas enviado ao Ministério da Agricultura não é suficiente para reparar os danos causados à imagem da produção nacional. Ele defende que o Carrefour seja obrigado a indenizar os produtores brasileiros e a publicar uma retratação em toda a Europa.
“O Carrefour atacou publicamente a carne brasileira, e agora tenta resolver com uma carta enviada em privado ao governo. Isso não é admissível. A imagem da nossa carne, construída ao longo de cinco décadas, foi atingida. Não queremos apenas desculpas, mas uma compensação pelos prejuízos causados aos produtores”, afirmou Moreira, em discurso na Câmara dos Deputados.
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A decisão inicial do Carrefour de não vender carnes do Mercosul na França, justificada por uma suposta incompatibilidade com os padrões europeus, provocou uma onda de boicotes no Brasil. Frigoríficos se recusaram a abastecer as lojas da rede no país, enquanto associações de produtores criticaram duramente a postura do grupo.
“O Brasil é responsável por 27% da carne consumida na Europa. A acusação de que nossa produção não atende às normas é injusta e prejudica todo o setor. Queremos que o Carrefour repare os danos com uma campanha de retratação nos principais veículos de comunicação europeus”, destacou o deputado.
No Paraguai, sindicatos agropecuários também exigem que o Carrefour se desculpe com todo o Mercosul. Alfred Fast, presidente da Federação das Cooperativas de Produção (Fecoprod), afirmou que a carne produzida na região não apenas atende, mas muitas vezes supera os padrões internacionais.
“O Carrefour deve uma retratação a todos os países do Mercosul. Produzimos com qualidade e segurança alimentar reconhecidas globalmente. Essa campanha prejudica nossa reputação de forma injusta”, disse Fast.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) já anunciou que ingressará com uma ação na justiça europeia contra o Carrefour, reforçando as exigências de reparação financeira e moral. Para Alceu Moreira, o Brasil deve ser firme na defesa de sua produção.
“Não podemos permitir que um CEO tente agradar seus produtores atacando a carne brasileira. Nossa produção é exportada para o mundo inteiro com padrões rigorosos. Vamos exigir justiça e a devida reparação por esse ataque irresponsável”, concluiu o deputado.
O caso ressalta a importância de o Brasil reforçar sua defesa no cenário internacional, protegendo a reputação do agronegócio e seus produtores, especialmente em tempos de intensa competição global.
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