Agronegócio
Reforma agrária em debate reacende tensão entre governo, produtores e o MST

Produtores rurais de todo o país voltaram a ligar o alerta diante do avanço das discussões sobre reforma agrária e ocupações de terra no Congresso. Em audiência realizada nesta terça-feira (06.05) pela Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Capadr), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, foi convocado para explicar os rumos da pasta, especialmente em relação ao papel do MST e às políticas voltadas à agricultura familiar.
O clima foi de confronto. Parlamentares da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) acusaram o governo federal de omissão diante do aumento de invasões de terras promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o início da atual gestão. Segundo o presidente da Comissão, deputado Rodolfo Nogueira, o número de ocupações em 2023 chegou a 72 registros — mais do que todo o período entre 2019 e 2022.
“É um retrocesso perigoso. O produtor investe, trabalha, corre risco, e agora precisa lidar com um clima de insegurança jurídica. Fica difícil produzir quando o Estado se omite”, disse o deputado.
A polêmica esquentou ainda mais quando a deputada Carolina de Toni (PL-SC) afirmou que o MST estaria retomando o controle informal sobre quem pode ou não ser assentado, e em que terras. “Essa é a reforma agrária que o governo defende? Um sistema sem critério, onde a média de renda não chega a um salário mínimo? Isso é indigno”, criticou.
O ministro Paulo Teixeira, por sua vez, negou que o governo esteja estimulando ocupações e defendeu que o Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA) segue o que está previsto na Constituição. “As ocupações são protestos, não permanentes. Se houver violação de propriedade, a Justiça deve agir. O governo não compactua com ilegalidades”, garantiu.
Teixeira também afirmou que o programa está sendo executado dentro da legalidade e criticou o que chamou de “criminalização das organizações do campo”. Segundo ele, o MDA busca ampliar a produção da agricultura familiar e reduzir a pressão sobre os preços dos alimentos — como arroz e feijão, que já apresentaram queda, de acordo com dados do governo.
Mas os argumentos não convenceram os parlamentares ligados ao agro. O deputado Evair de Melo ironizou: “Falam de alimento barato como se fosse vitória, mas estão esquecendo que é o produtor quem está pagando essa conta. Isso é miséria disfarçada de política social”.

Isan Rezende
Para o presidente do Instituto do Agronegócio (IA), Isan Rezende, o problema central da discussão não está na ideia de reforma agrária em si, mas na forma como ela é conduzida. “Reforma agrária não é palavrão. Mas precisa ser feita com base em critérios técnicos, produtivos e legais. Não pode ser sequestrada por pautas ideológicas ou instrumentos de pressão política”, alerta.
Segundo Rezende, há um abismo entre a intenção declarada pelo governo e a realidade vivida no campo. “Na prática, vemos aumento das ocupações, insegurança sobre a posse da terra e um esvaziamento das garantias institucionais. O produtor rural, que gera emprego e alimento, se vê numa encruzilhada: ou produz ou se defende”.
Ele defende que o debate avance, mas com diálogo aberto e clareza nas regras. “O Brasil tem terras disponíveis e uma necessidade urgente de produção sustentável. O que não dá é tratar o produtor como culpado por possuir terra. Segurança jurídica é o mínimo para manter o campo de pé”.
Rezende também alerta para o risco de um ambiente rural cada vez mais politizado, em que decisões técnicas são substituídas por interesses ideológicos. “O campo não pode ser palanque. O produtor quer previsibilidade, acesso a crédito, segurança jurídica e políticas públicas que funcionem — não discursos vazios ou ameaças de invasão. A insegurança só afasta investimentos e trava o avanço da agricultura familiar e empresarial”, afirma.
Para ele, o caminho precisa ser institucional, transparente e pactuado. “Temos que discutir reforma agrária com base em dados, produtividade, vocação das terras e inclusão real das famílias no sistema produtivo. Assentar por assentar é condenar o agricultor à pobreza. Reforma agrária não pode ser símbolo de conflito, mas de oportunidade. E isso só se constrói com diálogo honesto e responsabilidade com o Brasil que trabalha”.
Fonte: Pensar Agro

Agronegócio
Estado fecha safra com rendimento superior ao da média nacional

Enquanto parte do país ainda colhe os últimos grãos da safra 2024/2025, Goiás já fechou seu ciclo da soja — e com um desempenho que põe o estado na vitrine da agricultura nacional. Os dados mais recentes do boletim Agro em Dados, divulgado em maio pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa), mostram que a colheita foi finalizada em 19 de abril, com uma produção de 20,4 milhões de toneladas — alta de 8% em relação ao ciclo anterior.
O rendimento médio das lavouras goianas foi o maior do país: 68,7 sacas por hectare. Com esse desempenho, Goiás garantiu a terceira colocação entre os estados que mais produziram soja no Brasil, ficando atrás apenas de Mato Grosso e Paraná.
No cenário global, o Brasil segue firme na liderança da produção de soja. Responde hoje por 40% da oferta mundial da oleaginosa. Mas o avanço da cadeia não para na lavoura: os dados mais recentes indicam uma movimentação crescente também na industrialização, especialmente no setor do óleo de soja — onde o país ainda é superado por China e Estados Unidos, que juntos concentram quase metade da produção global.
Atualmente, o Brasil representa 17% da produção mundial de óleo de soja. Mas esse percentual deve crescer se os números de 2025 mantiverem o ritmo do primeiro trimestre. Entre janeiro e março deste ano, o Brasil exportou 402,7 mil toneladas de óleo de soja — alta de 73,2% em relação ao mesmo período de 2024. Goiás, nesse ponto, teve um desempenho ainda mais expressivo: foram 51,7 mil toneladas exportadas no trimestre, o dobro do volume do ano anterior, com salto de 130,9%.
Os embarques cresceram principalmente para a Índia, que se consolidou como principal compradora do óleo brasileiro. O país asiático ampliou em quase 63% suas compras nacionais do derivado e aumentou em quase 90% as aquisições oriundas de Goiás.
Os números reforçam um reposicionamento do estado de Goiás não apenas como celeiro de grãos, mas como elo estratégico no mercado de derivados. Com produtividade recorde no campo e crescimento nas exportações industriais, o estado sinaliza seu potencial de ocupar um espaço mais relevante em cadeias globais de valor — o que implica, também, desafios de logística, política comercial e sustentabilidade.
Fonte: Pensar Agro
-
Mato Grosso7 dias ago
Confira as obras do Governo de MT que estão melhorando a vida do mato-grossense
-
Mato Grosso7 dias ago
Governo de MT entrega 123 km de asfalto novo em Rondonópolis neste sábado (10)
-
Mato Grosso7 dias ago
Dia D de vacinação contra a gripe ocorre neste sábado em Mato Grosso
-
Polícia1 dia ago
Discussão no trânsito termina com carros destruídos em canteiro de obras
-
Agronegócio2 dias ago
Abate de bovinos, suínos e frangos cresceram no 1º trimestre de 2025
-
Política MT7 dias ago
Moradores do Terra Prometida recebem a 2ª edição do Mutirão de Cidadania Social neste sábado (10)
-
Polícia2 dias ago
Polícia Civil de MT prende 13 integrantes de grupo criminoso de São Paulo que furtaram R$ 300 mil em Sorriso
-
Cidades3 dias ago
Seduc lança material para ensino da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena