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Agronegócio

Mercado de carbono pode virar nova fonte de renda no campo, diz CNA

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A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu em Brasília, nesta terça-feira (29.04), um seminário para tratar de um tema que vem ganhando espaço no campo: o mercado de carbono. O evento reuniu representantes de federações estaduais do agro, técnicos e autoridades para discutir como os produtores rurais podem se beneficiar dessa nova oportunidade econômica e ambiental.

Durante o seminário, foi lançado um guia (acesse no QRCode ao lado) especialmente voltado para o produtor rural, explicando de forma simples como funciona o mercado de carbono e o que é necessário para participar dele. O material está disponível gratuitamente no site da CNA e foi elaborado em duas versões: uma mais direta, com foco em dúvidas práticas, e outra mais completa, com informações técnicas e legais.

O objetivo do evento, segundo a CNA, foi esclarecer pontos fundamentais sobre esse mercado, que ainda é novo para muitos produtores. Apesar de parecer complicado, o mercado de carbono tem o potencial de trazer uma renda extra ao produtor, especialmente àqueles que já adotam boas práticas de preservação ambiental e agricultura sustentável.

O mercado de carbono funciona basicamente como uma forma de recompensar quem ajuda a preservar o meio ambiente, especialmente reduzindo ou capturando emissões de gases que causam o efeito estufa. A propriedade rural que mantém áreas preservadas ou adota práticas sustentáveis pode gerar créditos de carbono, que são vendidos a empresas interessadas em compensar suas próprias emissões.

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O guia lançado pela CNA responde perguntas comuns, como: o que é crédito de carbono? Quem pode gerar esses créditos? Como apresentar um projeto? É possível usar a Reserva Legal para isso? Quem já segue o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono) pode participar? Essas e outras dúvidas estão detalhadas no documento, com explicações claras e orientadas para a realidade do campo.

Especialistas reforçaram que esse mercado ainda está em desenvolvimento no Brasil, mas deve crescer nos próximos anos. Por isso, a orientação é que o produtor comece a se informar desde já, para não perder oportunidades futuras.

Hoje, o Brasil possui dois tipos de mercado de carbono: o regulado, que está sendo implantado com base em uma lei recente, e o voluntário, que já existe há mais tempo. A maior parte dos projetos da agropecuária está, por enquanto, no mercado voluntário. Isso significa que não há uma obrigação legal de participar, mas quem quiser pode vender créditos de carbono seguindo algumas regras.

O Ministério da Agricultura informou que está buscando formas de facilitar a entrada de pequenos e médios produtores nesse mercado. Um dos maiores obstáculos hoje é o custo para certificar os projetos, o que exige avaliações técnicas e medições especializadas. O governo estuda formas de tornar esse processo mais barato e acessível.

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Especialistas alertaram que, embora o mercado de carbono traga novas possibilidades, ele não é uma solução mágica. Para gerar créditos de forma séria e reconhecida, o produtor precisa investir em planejamento, documentação e práticas comprovadas de sustentabilidade. Também é necessário tempo: os resultados podem levar anos para aparecer.

Foi destacado que muitos produtores já fazem o que o mercado exige — como manter vegetação nativa, usar técnicas de recuperação de solo e reduzir o uso de insumos — mas ainda não recebem por isso. A expectativa é que, com a regulamentação do mercado, essas ações passem a ser reconhecidas financeiramente.

Durante o seminário, também foi feito um alerta importante: antes de entrar nesse mercado, o produtor deve avaliar se tem estrutura, equipe técnica e recursos para seguir adiante. Projetos de carbono exigem compromisso, e se o produtor prometer algo que não consegue entregar, pode perder a renda esperada e até se complicar juridicamente.

A CNA reforçou que o produtor não está sozinho. A entidade seguirá oferecendo suporte técnico e político para garantir que as regras do mercado levem em conta a realidade do agro brasileiro. A meta é que o mercado de carbono se transforme em uma fonte real de renda e valorização para quem cuida da terra e do meio ambiente.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Governo recua em parte do pacote do IOF, mas mantém alta de tributos

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O governo federal voltou atrás, na manhã desta sexta-feira (23.05) em uma das medidas mais sensíveis do novo pacote tributário anunciadas ontem: a elevação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de fundos brasileiros no exterior. A alíquota, que seria elevada para 3,5%, permanecerá em zero, como já ocorre atualmente. A decisão veio após críticas de agentes do mercado financeiro e ocorre em meio a um esforço do Executivo para reforçar a arrecadação sem romper com as metas fiscais estabelecidas.

A proposta fazia parte de um conjunto de alterações no IOF que visavam elevar a arrecadação em R$ 20,5 bilhões ainda em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. Com a revogação parcial, a previsão de entrada de recursos no curto prazo diminui, o que pode levar o governo a rever medidas de contenção de gastos anunciadas anteriormente.

A reversão da medida tem impacto direto na credibilidade do pacote e reforça a disposição do governo de fazer ajustes sempre que houver ruído excessivo no mercado. A avaliação oficial é de que o efeito fiscal da revogação é pequeno – menos de R$ 2 bilhões –, mas o gesto serviu para acalmar os investidores e preservar a confiança no plano fiscal de médio prazo.

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Para o produtor rural, o reflexo pode não ser imediato, mas é real. Em um cenário de câmbio flutuante e crédito rural cada vez mais atrelado a movimentos externos, qualquer variação no fluxo de capitais internacionais ou na percepção de risco sobre a economia brasileira pode impactar o custo de financiamento, os preços dos insumos importados e até o valor final das commodities.

Além da tributação sobre os fundos no exterior, o pacote mantém outras mudanças no IOF. A alíquota sobre compras internacionais com cartões de crédito, débito ou pré-pagos será fixada em 3,5%, um leve aumento em relação à trajetória anterior, que previa a redução gradual do imposto até sua extinção em 2028. Também houve aumento da alíquota sobre a compra de moeda estrangeira em espécie, que passou de 1,1% para 3,5%.

Para empresas, o custo de operações de crédito foi elevado, o que pode afetar cooperativas, revendas e agroindústrias. Ainda foi criada uma nova cobrança de 5% sobre aportes volumosos em planos de previdência complementar do tipo VGBL, uma modalidade utilizada por algumas famílias rurais para planejamento sucessório e proteção patrimonial.

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A mudança de rota indica que a estratégia fiscal do governo está em construção e pode ser ajustada diante da reação dos setores produtivos. No entanto, o objetivo de cumprir a meta de resultado primário e consolidar o novo arcabouço fiscal permanece firme. Isso significa que novas medidas podem ser propostas, e o setor rural deve acompanhar de perto os desdobramentos.

Apesar de não ter sido o foco inicial do pacote, o campo precisa estar atento: decisões de política fiscal têm potencial de alterar o ambiente de negócios, encarecer o crédito, afetar margens e reconfigurar o planejamento das próximas safras. Em tempos de incerteza econômica, entender os movimentos do governo é tão importante quanto acompanhar a previsão do tempo.

Fonte: Pensar Agro

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