Agronegócio
Lideranças temem que juros comprometam o Plano Safra e inviabilizem o agronegócio

Lideranças rurais de todo o país estão apreensivas com o que vem por aí no novo Plano Safra – a previsão é que seja anunciado entre segunda (30.06) e terça-feira. A preocupação é quanto aos juros elevados e a redução drástica no orçamento do seguro rural — dois fatores que, somados, podem comprometer o funcionamento da próxima safra, especialmente para quem mais precisa de apoio: o produtor que investe, planta e colhe no dia a dia.
Para Isan Rezende (foto), presidente do Instituto do Agronegócio (IA), o cenário atual impõe desafios concretos. “O crédito rural existe para dar fôlego ao produtor, não para sufocar. Se os juros ultrapassarem 15% ao ano, como se prevê, muitos simplesmente não conseguirão financiar sua atividade. E sem seguro rural adequado, o risco de quebrar é ainda maior”, alerta.
“O crédito rural foi criado para impulsionar, para permitir investimento, não para se tornar um peso. Se o Plano Safra vier com taxas impraticáveis, quem mais vai sofrer é quem mais precisa: o pequeno e médio produtor”, comentou Rezende. Para ele, o corte no seguro rural é, na prática, um recado muito negativo. “Estamos falando de um país com riscos climáticos enormes. Tirar essa proteção do produtor é o mesmo que pedir para ele plantar no escuro. Sem seguro, o crédito fica mais caro, e a insegurança se espalha por toda a cadeia. Isso impacta quem planta, quem financia, quem compra e quem vende”.
“O que o setor precisa agora é de previsibilidade e de apoio real. Estamos falando de um segmento que gera renda, emprego, alimento e divisas para o Brasil. Esperamos que o governo entenda isso. O Plano Safra não pode ser uma promessa vaga — ele precisa vir robusto, com recursos suficientes, juros equilibrados e um seguro rural funcional. Isso é o mínimo que o produtor merece”, comentou o presidente do IA.
As críticas se intensificaram após o corte de R$ 445 milhões no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). A medida pegou o setor de surpresa e foi entendida como um recado preocupante às vésperas da divulgação das novas regras de financiamento da safra 2025/2026.
A senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, também expressou sua preocupação. Durante um evento com produtores em Mato Grosso do Sul, ela destacou a dificuldade crescente para se manter a atividade no campo. “A agricultura não sobrevive com juros de 20%. Isso está totalmente fora da realidade de quem lida com sol, chuva e risco todos os dias”, afirmou. “Não podemos depender, ano após ano, de promessas e improvisos. O crédito precisa ser acessível e o seguro, garantido”.
A falta de previsibilidade, segundo lideranças do setor, mina a confiança dos produtores. Fábio Caminha, da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), acredita que o corte no seguro e o cenário de juros em alta podem frear o crescimento do agronegócio no Mato Grosso do Sul. “O produtor daqui vem de anos difíceis, com perdas climáticas e frustração de safra. Para muitos, só resta o crédito para tentar se manter. Com menos apoio do governo, o risco aumenta.”
Paulo Renato Stefanello, da Aprosoja-MS, vai na mesma linha: “O seguro foi reduzido quase pela metade. Isso não só desprotege o produtor como inibe o investimento. E se o crédito vier caro, a produção vai encolher. Não é o que o Brasil precisa”.
Maurício Buffon, Presidente da Aprosoja Brasil disse que o produtor está sentindo o peso do custo do dinheiro — e isso está freando as compras de insumo e diminuindo a comercialização da nova safra. O Plano Safra precisa equalizar juros e garantir segurança no campo, caso contrário, será difícil atender a demanda do setor. O corte no seguro rural deixou o setor ainda mais vulnerável. Esperamos que o governo entenda que não se trata de privilégio, mas de proteção para manter a produção e a cadeia alimentícia funcionando”.
Pedro Lupion, presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) disse que é hora de tratar o Plano Safra como política de Estado, sem viés ideológico. Investir no campo é combater a inflação dos alimentos, não rebater preços nas prateleiras”.
Fonte: Pensar Agro

Agronegócio
Safra de soja 25/26 deve alcançar 48,5 milhões de toneladas, diz Imea

O Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), órgão responsável por acompanhar e analisar o desempenho do agronegócio no estado, divulgou estimativas para a safra de soja 2025/26 em Mato Grosso.
Segundo o instituto, a produção total esperada para o ciclo é de 48,55 milhões de toneladas, considerando 47,18 milhões de toneladas a serem colhidas e 1,36 milhão em estoques iniciais.
Esse volume representa uma queda de 3,28% em relação à previsão anterior e uma retração de 7,29% na produção em comparação com a safra 2024/25, quando foram colhidas quase 51 milhões de toneladas.
A redução está associada principalmente à menor produtividade projetada, estimada em 60,45 sacas por hectare, ante 66,29 sacas no ciclo anterior.
Apesar da queda na produtividade, a área plantada teve leve crescimento, passando para 13,01 milhões de hectares, o que equivale a um aumento de 1,67% em relação à safra passada.
O Imea baseou suas projeções na média de produtividade dos últimos três anos, considerando ainda incertezas relacionadas ao clima, ataques de pragas, doenças e o nível de investimento, fatores que poderão modificar os números ao longo da temporada.
Fonte: Pensar Agro
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