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Agronegócio

Importações de fertilizantes batem recordes e refletem cenário global instável

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A importação de fertilizantes no Brasil segue em ritmo acelerado. Entre 1º e 18 de novembro, foram agendadas 8,745 milhões de toneladas do insumo, segundo a agência marítima Williams Brasil. O Porto de Santos (SP) lidera como principal ponto de desembarque, com 2,414 milhões de toneladas previstas, seguido pelo Porto de Paranaguá (PR), que deve receber 2,182 milhões de toneladas.

O aumento da demanda é impulsionado por fatores como a alta nos preços de commodities agrícolas, como soja e algodão, além da recente desvalorização do dólar, que favoreceu as compras internacionais. Em setembro, o Brasil importou 4,6 milhões de toneladas de fertilizantes, um crescimento de 17,9% em relação ao mesmo período do ano anterior. No acumulado de janeiro a setembro, o volume chegou a 31,81 milhões de toneladas, configurando o maior registro para o mês na série histórica.

O país importa anualmente cerca de 40 milhões de toneladas de fertilizantes, que são distribuídas para atender às safras de grãos, cana-de-açúcar, café, hortaliças, frutas e outras culturas, segundo informações da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) e relatórios do Ministério da Agricultura e Abastecimento (Mapa).

Por exemplo:

  1. Soja: Como principal cultura agrícola brasileira, a soja consome aproximadamente 45% dos fertilizantes utilizados no país.
  2. Milho e cana-de-açúcar: Respondem juntos por cerca de 30% do consumo.
  3. Outras culturas: Incluem arroz, café, frutas e hortaliças, que somam o restante da demanda.
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A safra de grãos 2023/24, por exemplo, alcançou cerca de 325 milhões de toneladas, demandando volumes elevados de fertilizantes para sustentar a produtividade. Dada a baixa capacidade de produção interna de fertilizantes (atendendo cerca de 15% da demanda), o Brasil depende fortemente das importações, tornando-o o maior importador mundial desses insumos.

O cenário geopolítico, especialmente a intensificação do conflito no Oriente Médio, tem pressionado o mercado de insumos agrícolas. O Boletim Logístico da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que os agricultores devem antecipar suas compras para evitar escassez e picos nos preços. A instabilidade nas cadeias globais de suprimento já gera apreensão entre produtores, que temem novos gargalos logísticos.

Além disso, o boletim revela que as exportações de milho seguem aquecidas, atingindo 6,42 milhões de toneladas em setembro, um aumento de 5,9% em comparação com agosto. O movimento reflete a necessidade de escoamento dos estoques acumulados para abrir espaço para a nova safra.

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Em contrapartida, as exportações de soja caíram significativamente. O volume exportado em setembro foi de 6,11 milhões de toneladas, uma queda de 24% em relação ao mês anterior. A retração é atribuída ao aumento da oferta mundial e à volatilidade cambial, fatores que vêm pressionando as margens do mercado brasileiro.

Com a previsão de chegada de novas embarcações de fertilizantes até janeiro de 2025, o mercado agrícola enfrenta o desafio de equilibrar estoques em meio às flutuações globais. Especialistas recomendam um planejamento cuidadoso por parte dos produtores, considerando não apenas o custo imediato dos insumos, mas também os reflexos das decisões de compra na próxima safra.

O movimento intenso nos portos brasileiros reafirma a importância estratégica do Brasil no cenário agropecuário mundial. No entanto, o cenário global impõe a necessidade de resiliência e adaptabilidade, enquanto o setor se prepara para um 2025 que promete novos desafios e oportunidades.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Acordo Mercosul e UE deve alavancar exportações do agronegócio

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Nesta sexta-feira (06.11), os líderes do Mercosul e da União Europeia celebraram a conclusão do Acordo de Parceria entre os dois blocos, marcando um passo decisivo para a formação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Com 449 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 18,59 trilhões, o pacto promete ampliar significativamente o comércio, com destaque para os impactos positivos no agronegócio brasileiro.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou os benefícios econômicos do acordo, incluindo a projeção de um aumento de 0,34% no PIB brasileiro até 2044, o que equivale a R$ 37 bilhões. Além disso, o tratado deve elevar os investimentos em 0,76% (R$ 13,6 bilhões), reduzir a inflação em 0,56% e aumentar os salários reais em 0,42%, segundo estudos do governo.

“Este acordo ajuda o Brasil a crescer, aumentando exportações, renda e emprego, enquanto reduz a inflação. Após anos de negociação, esta conquista é extremamente positiva para o país”, afirmou Alckmin.

O agronegócio nacional será um dos maiores beneficiados. Em 2023, o setor exportou US$ 18,7 bilhões em produtos agrícolas para a União Europeia, representando 40% da pauta exportadora ao bloco. O acordo prevê a liberalização total ou parcial de 99% das exportações agrícolas brasileiras, com destaque para frutas frescas, café, carnes e etanol.

Tarifas e quotas

  • Frutas como abacates, limões e uvas terão tarifas eliminadas em até sete anos.
  • Café (verde, torrado e solúvel) terá tarifas zeradas no mesmo período.
  • Carne bovina terá quota de 99 mil toneladas com tarifa reduzida a 7,5%.
  • Etanol contará com quota de 650 mil toneladas, sendo 450 mil destinadas à indústria com tarifa zero.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, celebrou o momento como um marco histórico. “A conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais, consolidando o agronegócio como um pilar estratégico. Vamos mostrar nossa competência para acessar este mercado tão importante”, destacou.

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O acordo inclui um capítulo dedicado ao desenvolvimento sustentável, reforçando compromissos com práticas agrícolas responsáveis e proteção ambiental. Ambos os blocos se comprometeram a seguir as diretrizes do Acordo de Paris, assegurando que regulamentos ambientais não sejam usados como barreiras protecionistas.

Além disso, o texto inclui salvaguardas ao chamado Princípio da Precaução, garantindo que medidas protetivas sejam baseadas em evidências científicas, revisadas periodicamente e compatíveis com o nível de proteção de cada país.

Um ponto estratégico para o Brasil é o reconhecimento de 37 indicações geográficas, como o Café da Alta Mogiana e a Cachaça da Região de Salinas. Em contrapartida, o Mercosul reconheceu 346 indicações europeias, criando condições para a valorização de produtos típicos de ambas as regiões.

Embora o Mercosul tenha concedido redução tarifária para 96% das importações europeias em até 15 anos, produtos sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão períodos de transição mais longos ou restrições específicas para proteger o mercado regional.

Além dos ganhos diretos, o acordo posiciona o Brasil como um parceiro estratégico em negociações globais, nivelando o acesso ao mercado europeu com outros concorrentes. Isso promete aumentar a competitividade e qualidade dos produtos brasileiros, fortalecendo o papel do país como um dos maiores exportadores agrícolas do mundo.

“Com este tratado, mostramos que o Brasil é essencial para a segurança alimentar global, atendendo aos mais rigorosos padrões sanitários e ambientais”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este avanço consolida o agronegócio nacional como líder no comércio internacional, abrindo novos mercados e garantindo um crescimento sustentável e diversificado para o setor.

PRAZOS E TARIFAS – A redução das tarifas que o Mercosul cobra da UE pode ser imediata ou ao longo de prazos, que variam entre 4 anos a 15 anos. Para o setor automotivo, os períodos de redução tarifária são mais longos, variando de 18 anos a 30 anos para veículos eletrificados, movidos a hidrogênio e com novas tecnologias.

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Do lado da UE, a redução tarifária também pode ser imediata ou por períodos que vão de 4 anos a 12 anos, a depender do produto.

Estão previstas ainda cotas para produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil. Ou seja, acima de determinada quantidade, alguns produtos começam a pagar a tarifa cheia para entrar no bloco. Entram nessa categoria produtos como carne suína, etanol, açúcar, arroz, mel, milho e sorgo, queijos, entre outros.

Para o professor Giorgio Romano Schutte, essa é a principal assimetria do acordo. “No caso dos produtos industriais da União Europeia, eles entram sem cotas, sem restrições ao volume. E no caso dos produtos agrícolas do Mercosul, tem cotas”, lembrou.

O Brasil exportou US$ 46,3 bilhões para a União Europeia em 2023:

Alimentos para animais – 11,6%

Minérios metálicos e sucata – 9,8%

Café, chá, cacau, especiarias – 7,8%

Sementes e frutos oleaginosos – 6,4%

Ferro e aço – 4,6%

Vegetais e frutas – 4,5%

Celulose e resíduos de papel – 3,4%

Carne e preparações de carne – 2,5%

Tabaco e suas manufaturas – 2,2%

O Brasil importou US$ 45,4 bilhões da União Europeia em 2023:

Produtos farmacêuticos e medicinais – 14,7%

Máquinas em geral e equipamentos industriais – 9,9%

Veículos rodoviários – 8,2%

Petróleo, produtos petrolíferos – 6,8%

Máquinas e equip. de geração de energia – 6,1%

Produtos químicos orgânicos – 5,5%

Máquinas e aparelhos especializados para determinadas indústrias – 5,3%

Máquinas e aparelhos elétricos – 4,7%

Materiais e produtos químicos – 3,6%

Ferro e aço – 3,4%

Fonte: Pensar Agro

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