Agronegócio
Embrapa lança novas cultivares com alta produtividade e resistência aprimorada

A Embrapa anunciou o lançamento de duas novas cultivares de soja equipadas com a tecnologia Intacta2/Xtend® (I2X), que oferecem resistência a herbicidas e lagartas, além de um alto potencial produtivo. As variedades BRS 2361 I2X e BRS 2058 I2X foram desenvolvidas em parceria com a Fundação Meridional e estarão disponíveis para a safra 2024/2025.
As novas cultivares apresentam características que favorecem o manejo e a produtividade das lavouras. A BRS 2361 I2X, com ciclo de 120 dias, é recomendada para altitudes acima de 600 metros no Paraná e São Paulo, permitindo a semeadura antecipada e beneficiando o plantio do milho safrinha na janela ideal.
Já a BRS 2058 I2X, com ciclo de 125 dias, é indicada para áreas acima de 650 metros nos estados do Sul e em São Paulo, destacando-se pela resistência a doenças que afetam regiões de clima mais frio.
A tecnologia I2X combina três proteínas para o controle de lagartas, proporcionando maior proteção contra pragas que atacam a soja. Além disso, as cultivares são tolerantes aos herbicidas glifosato e dicamba, auxiliando no manejo de plantas daninhas resistentes. O uso adequado de áreas de refúgio estruturado e o cumprimento das recomendações técnicas são essenciais para garantir a eficiência da tecnologia e minimizar impactos a culturas vizinhas.
Com a introdução dessas novas cultivares, a expectativa é atender à crescente demanda do mercado por sementes mais produtivas e resistentes, contribuindo para o aumento da eficiência e sustentabilidade da produção de soja no Brasil.
Fonte: Pensar Agro

Agronegócio
Mortalidade por câncer é maior entre crianças indígenas, diz estudo

A mortalidade de crianças e adolescentes com câncer é maior entre os indígenas, de acordo com a nova edição do Panorama de Oncologia Pediátrica, do Instituto Desiderata. O recorte dos dados obtidos com o Ministério da Saúde e com o Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram uma taxa de 76 óbitos a cada 1 milhão de indígenas por ano. Já entre as crianças e os adolescentes brancos essa taxa é de 42.6/milhão, caindo para 38.9/milhão entre os negros e 38.9/milhão entre aqueles identificados como amarelos, que têm origem oriental.
De acordo com o último Censo, quase 45% dos indígenas no Brasil vive na Região Norte, seguida pela Região Nordeste, onde vive 31,22% dessa população. Essas são as regiões que têm a menor incidência de novos casos: 111,1 a cada 1 milhão de crianças e adolescentes no Norte e 138,1 no Nordeste. Mas também são as duas com as maiores taxas de mortalidade: 47,5 e 44,5/milhão, respectivamente.
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A coordenadora do Serviço de Oncopediatria do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, no Pará, Alayde Vieira, não descarta que o número de casos possa ser maior e que haja subnotificação. De acordo com ela, múltiplos fatores podem estar contribuindo para essa alta mortalidade na Região Norte, a começar por questões geográficas que dificultam o acesso aos serviços de saúde:
“A gente tem muita dificuldade de locomoção. No estado do Pará, por exemplo, nós temos 144 municípios, e às vezes, no próprio município, como é o exemplo de Altamira, para me deslocar de uma comunidade ribeirinha indígena para a própria cidade de Altamira, eu levo 1 mil km de deslocamento. E isso não dá para ser feito a pé nem de carro, só de aeronave ou de barco”, detalha a coordenadora.
Atendimento
Os próprios serviços existem em menor quantidade na região. Atualmente, o Brasil tem 77 hospitais habilitados em oncologia pediátrica. Mais da metade deles – 36 – estão no Sudeste, apenas 3 deles estão no Norte. Como consequência, mais de 40% dos pacientes com até 19 anos precisam ser atendidos em hospital sem serviço especializado e mais de 20% têm que se deslocar para cidades diferentes das que moram para conseguir tratamento.
E essas dificuldades ainda se juntam a um cenário socioeconômico desfavorável “A gente tem um abandono de tratamento superior ao que é encontrado na região Nordeste, Sul e Sudeste, porque nós temos uma criança que mora numa região ribeirinha, num quilombo, numa aldeia… E aquela mãe que tem uma baixa renda, que o pai precisa trabalhar, com quem vai deixar as demais crianças? Então nós já tivemos vários relatos de abandono de tratamento, não é porque a mãe não quer, não tem interesse, ou não ama seu filho, é pela condição socioeconômica”, complementa Alayde Vieira.
A oncologista explica ainda que o cuidado de crianças indígenas requer abordagem especial, porque alguns pacientes, por razões genéticas, metabolizam os medicamentos de forma diferente:
“A gente usava a mesma medicação, o mesmo volume, a mesma dose, e as nossas crianças evoluíam com toxicidades. E isso nos chamou muito a atenção. Então a gente fez um estudo de mais de 10 anos, e a gente começou a observar que a nossa população indígena, ou a população miscigenada, que é a maioria do nosso estado, quando ela tinha geneticamente a ancestralidade indígena acima de um determinado valor, ela começava a apresentar efeitos colaterais maiores. Elas têm 28 vezes mais chances de intoxicar e evoluir para infecções graves e severas do que outras crianças”, explica a especialista.
A solução foi criar um protocolo diferenciado, com maior hidratação, e administração de antígenos para proteger os órgãos dos efeitos colaterais, por exemplo, o que de acordo com a médica aumenta o desafio de tratar essa população.
O Panorama de Oncologia Pediátrica está disponível no site para consulta do público e de especialistas.
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