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Agronegócio

Balanço do Mapa mostra recorde em outubro, apesar de queda nas vendas para a China

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O agronegócio brasileiro registrou exportações recordes em outubro de 2024, alcançando a marca de R$ 82,36 bilhões, de acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O valor supera em 6,2% o registrado no mesmo mês de 2023, representando um acréscimo de R$ 4,84 bilhões. Com isso, o setor respondeu por 48,4% do total das exportações brasileiras no mês, contra 45,2% no ano anterior.

A China manteve a liderança como principal destino dos produtos agropecuários brasileiros, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha. Contudo, as vendas para o mercado chinês apresentaram queda significativa de 28,5%, totalizando R$ 20,18 bilhões, ou R$ 8,01 bilhões a menos que em outubro de 2023. A redução nas exportações de soja em grãos (-R$ 6,11 bilhões) e milho (-R$ 4,21 bilhões) contribuiu para essa retração.

Em contrapartida, houve aumento na exportação de outros produtos para a China, como carne bovina in natura (+32%, somando R$ 4,17 bilhões), celulose (+120%, alcançando R$ 3,51 bilhões) e açúcar bruto (+74,5%, com R$ 1,05 bilhão).

Entre janeiro e outubro de 2024, as exportações do agronegócio somaram R$ 807,91 bilhões, uma alta modesta de 0,3% em relação ao mesmo período de 2023. Apesar da elevação de 6,6% no volume exportado, a queda de 5,9% nos preços médios limitou o crescimento do valor total.

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Os principais grupos de produtos exportados no acumulado do ano foram:

  • Complexo soja: R$ 290,40 bilhões
  • Carnes: R$ 123,02 bilhões
  • Complexo sucroalcooleiro: R$ 95,92 bilhões
  • Produtos florestais: R$ 82,53 bilhões
  • Café: R$ 56,23 bilhões

Esses itens responderam por 80,3% das exportações do setor no período.

O desempenho de outubro foi impulsionado pelo aumento no volume exportado de açúcar bruto (+1 milhão de toneladas), farelo de soja (+452,56 mil toneladas), celulose (+423,43 mil toneladas) e carnes (+190,67 mil toneladas). Em termos de receita, destacaram-se os seguintes aumentos:

  • Carnes: +38,6%, somando R$ 15,12 bilhões
  • Açúcar: +14,5%, totalizando R$ 10,17 bilhões
  • Café: +61,1%, atingindo R$ 8,06 bilhões

Por outro lado, o complexo soja registrou queda de 22,8%, com receitas reduzidas para R$ 17,50 bilhões, enquanto o milho caiu 33,5%, totalizando R$ 7,21 bilhões.

As importações brasileiras de produtos agropecuários também alcançaram valores recordes em outubro, somando R$ 10,22 bilhões, um aumento de 29% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Os principais produtos importados foram trigo (+68,9%, para R$ 788,08 milhões), papel (+24,4%, para R$ 534,54 milhões) e óleo de palma (+133,6%, para R$ 290,52 milhões).

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No acumulado de janeiro a outubro, o saldo da balança comercial do agronegócio ficou positivo em R$ 713,14 bilhões, ligeiramente abaixo dos R$ 726,55 bilhões registrados no mesmo período de 2023.

Apesar da queda nas exportações para a China, o aumento no volume embarcado de várias commodities e o desempenho positivo em mercados alternativos consolidam o papel do agronegócio como motor das exportações brasileiras. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, o setor representa quase metade de tudo o que o Brasil exporta, com tendência de crescimento no volume e diversificação de produtos.

Fonte: Pensar Agro

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Agronegócio

Acordo Mercosul e UE deve alavancar exportações do agronegócio

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Nesta sexta-feira (06.11), os líderes do Mercosul e da União Europeia celebraram a conclusão do Acordo de Parceria entre os dois blocos, marcando um passo decisivo para a formação de uma das maiores áreas de livre comércio do mundo. Com 449 milhões de consumidores e um PIB combinado de US$ 18,59 trilhões, o pacto promete ampliar significativamente o comércio, com destaque para os impactos positivos no agronegócio brasileiro.

O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, destacou os benefícios econômicos do acordo, incluindo a projeção de um aumento de 0,34% no PIB brasileiro até 2044, o que equivale a R$ 37 bilhões. Além disso, o tratado deve elevar os investimentos em 0,76% (R$ 13,6 bilhões), reduzir a inflação em 0,56% e aumentar os salários reais em 0,42%, segundo estudos do governo.

“Este acordo ajuda o Brasil a crescer, aumentando exportações, renda e emprego, enquanto reduz a inflação. Após anos de negociação, esta conquista é extremamente positiva para o país”, afirmou Alckmin.

O agronegócio nacional será um dos maiores beneficiados. Em 2023, o setor exportou US$ 18,7 bilhões em produtos agrícolas para a União Europeia, representando 40% da pauta exportadora ao bloco. O acordo prevê a liberalização total ou parcial de 99% das exportações agrícolas brasileiras, com destaque para frutas frescas, café, carnes e etanol.

Tarifas e quotas

  • Frutas como abacates, limões e uvas terão tarifas eliminadas em até sete anos.
  • Café (verde, torrado e solúvel) terá tarifas zeradas no mesmo período.
  • Carne bovina terá quota de 99 mil toneladas com tarifa reduzida a 7,5%.
  • Etanol contará com quota de 650 mil toneladas, sendo 450 mil destinadas à indústria com tarifa zero.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, celebrou o momento como um marco histórico. “A conclusão deste acordo coloca o Brasil no centro de um dos maiores mercados globais, consolidando o agronegócio como um pilar estratégico. Vamos mostrar nossa competência para acessar este mercado tão importante”, destacou.

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O acordo inclui um capítulo dedicado ao desenvolvimento sustentável, reforçando compromissos com práticas agrícolas responsáveis e proteção ambiental. Ambos os blocos se comprometeram a seguir as diretrizes do Acordo de Paris, assegurando que regulamentos ambientais não sejam usados como barreiras protecionistas.

Além disso, o texto inclui salvaguardas ao chamado Princípio da Precaução, garantindo que medidas protetivas sejam baseadas em evidências científicas, revisadas periodicamente e compatíveis com o nível de proteção de cada país.

Um ponto estratégico para o Brasil é o reconhecimento de 37 indicações geográficas, como o Café da Alta Mogiana e a Cachaça da Região de Salinas. Em contrapartida, o Mercosul reconheceu 346 indicações europeias, criando condições para a valorização de produtos típicos de ambas as regiões.

Embora o Mercosul tenha concedido redução tarifária para 96% das importações europeias em até 15 anos, produtos sensíveis, como queijos, vinhos e chocolates, terão períodos de transição mais longos ou restrições específicas para proteger o mercado regional.

Além dos ganhos diretos, o acordo posiciona o Brasil como um parceiro estratégico em negociações globais, nivelando o acesso ao mercado europeu com outros concorrentes. Isso promete aumentar a competitividade e qualidade dos produtos brasileiros, fortalecendo o papel do país como um dos maiores exportadores agrícolas do mundo.

“Com este tratado, mostramos que o Brasil é essencial para a segurança alimentar global, atendendo aos mais rigorosos padrões sanitários e ambientais”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Este avanço consolida o agronegócio nacional como líder no comércio internacional, abrindo novos mercados e garantindo um crescimento sustentável e diversificado para o setor.

PRAZOS E TARIFAS – A redução das tarifas que o Mercosul cobra da UE pode ser imediata ou ao longo de prazos, que variam entre 4 anos a 15 anos. Para o setor automotivo, os períodos de redução tarifária são mais longos, variando de 18 anos a 30 anos para veículos eletrificados, movidos a hidrogênio e com novas tecnologias.

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Do lado da UE, a redução tarifária também pode ser imediata ou por períodos que vão de 4 anos a 12 anos, a depender do produto.

Estão previstas ainda cotas para produtos agrícolas e agroindustriais do Brasil. Ou seja, acima de determinada quantidade, alguns produtos começam a pagar a tarifa cheia para entrar no bloco. Entram nessa categoria produtos como carne suína, etanol, açúcar, arroz, mel, milho e sorgo, queijos, entre outros.

Para o professor Giorgio Romano Schutte, essa é a principal assimetria do acordo. “No caso dos produtos industriais da União Europeia, eles entram sem cotas, sem restrições ao volume. E no caso dos produtos agrícolas do Mercosul, tem cotas”, lembrou.

O Brasil exportou US$ 46,3 bilhões para a União Europeia em 2023:

Alimentos para animais – 11,6%

Minérios metálicos e sucata – 9,8%

Café, chá, cacau, especiarias – 7,8%

Sementes e frutos oleaginosos – 6,4%

Ferro e aço – 4,6%

Vegetais e frutas – 4,5%

Celulose e resíduos de papel – 3,4%

Carne e preparações de carne – 2,5%

Tabaco e suas manufaturas – 2,2%

O Brasil importou US$ 45,4 bilhões da União Europeia em 2023:

Produtos farmacêuticos e medicinais – 14,7%

Máquinas em geral e equipamentos industriais – 9,9%

Veículos rodoviários – 8,2%

Petróleo, produtos petrolíferos – 6,8%

Máquinas e equip. de geração de energia – 6,1%

Produtos químicos orgânicos – 5,5%

Máquinas e aparelhos especializados para determinadas indústrias – 5,3%

Máquinas e aparelhos elétricos – 4,7%

Materiais e produtos químicos – 3,6%

Ferro e aço – 3,4%

Fonte: Pensar Agro

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