Alunos aprendem técnicas de plantio e manutenção de canteiros de hortaliças e plantas medicinais
A horta funciona na área onde abriga o 3º Comando Regional da Polícia Militar e é administrada pelo Projeto Luz do Amanhã. Luis Paulo, diretor da Agricultura Familiar de Sinop, que também é professor da matéria “plantio e colheita de hortaliças” no projeto, informa que o Luz do Amanhã atende, hoje, 45 alunos da rede pública de ensino e que a horta serve para transmitir a eles o conhecimento relacionado ao cultivo das principais hortaliças produzidas pela agricultura familiar da região.
“Todas as semanas, às sextas-feiras, a gente desenvolve aí o trabalho com a terra, o cultivo de plantas, de hortaliças, esses principais produtos que é desenvolvido, que é cultivado aqui na maioria dos produtores da agricultura familiar. O objetivo é ensinar esses alunos, essas crianças, a poder trabalhar com a terra, saber como que desenvolve aí essas plantas; possibilitar a eles a oportunidade de plantar, poder cultivar, poder cuidar e, agora, a gente está tendo a grata satisfação de várias vezes ao ano, fazermos essa colheita”, comentou.
Um dos objetivos do projeto é fazer com que os alunos transmitam aos pais, familiares, as técnicas de como manusear e manter a produção dessas verduras em um espaço menor, como o quintal de uma residência, por exemplo. “A gente, no decorrer do nosso curso, a gente ensina para eles como realizar o preparo do solo, como eles podem cultivar, às vezes em um pequeno espaço, uma horta urbana, uma pequena horta, uma horta em uma garrafa, uma horta suspensa, para que eles possam estar trabalhando junto com a sua família, poder estar desenvolvendo e ocupando o seu tempo, que muitas vezes é ocioso em casa”, esclareceu.
O projeto acontece ao longo de todo ano e as colheitas são realizadas de acordo com as produções locais. “Já fizemos uma colheita hoje de mandioca. Já colhemos alface, couve, cheiro-verde, abóbora. Daqui uns dias vamos colher tomate e hoje nós fizemos uma colheita de mandioca que esses alunos vão poder levar para casa. Além de eles estarem consumindo aqui no projeto, diariamente, o excedente levam para casa, para suas famílias poder ver o resultado desse trabalho”, explicou.
Stefhany Karoline Sousa de Aquino estuda o 5º Ano do Ensino Fundamental na Escola Estadual Professora Edeli Mantovani (Jardim São Paulo) e faz parte do projeto Luz do Amanhã. Ela diz que as aulas com a agricultura familiar são importantes para aprender a cultivar as hortaliças em casa.
“Na aula passada, a gente colheu as alfaces que estavam aqui e os meninos plantaram tomate. Como vocês podem ver (o tomateiro), já está bem grande, já está até começando a dar o tomatinho. E a gente, como eu disse, colhe, planta, também, as medicinais que já estão ali plantadas. A gente traz os pneus de casa e faz a reciclagem deles para poder colocar aqui para plantar as hortaliças medicinais. Lá já estão tudo plantada e a gente normalmente faz isso na aula de horta”, explicou ela.
Stefhany conta, também, que as aulas são uma diversão a parte. “A gente se diverte muito. Hoje a gente colheu mandiocas. A gente quebrou as mandiocas para poder levar para casa. A gente fez várias coisas e a gente se diverte muito com esse tipo de aula”, avaliou ela.
A coordenadora de Ensino do projeto Luz do Amanhã, Cleuzineia Oliveira Barreto, avalia que as aulas ministradas ao longo do ano tiveram uma qualidade excepcional para os alunos que participam do projeto e atribui às aulas oferecidas pelos professores da Prefeitura de Sinop.
“No projeto nós temos uma matéria de plantio e colheita de hortaliças e essa matéria o professor Luis, juntamente com a Beatriz, tem feito um trabalho de excelência. Durante as plantações as crianças tiveram o contato com a terra, ajudaram ali nas plantações, na colheita e hoje nós finalizamos essa colheita de mandioca com grande êxito. As crianças têm tido uma participação bem significativa. Nossos sinceros agradecimentos à Prefeitura por ter mandado um professor responsável, comprometido”, disse.
Cleuzineia explica que o alimento produzido na horta comunitária é utilizado na merenda diária dos alunos do projeto e o excedente é doado às famílias dos alunos que cultivam. “Aqui a gente usa esses produtos que servem para alimentação das crianças aqui no projeto e também eles levam para as famílias. Nós temos a colheita didática em que as famílias vem também, participam dessa colheita e levam para casa”, afirmou.
Formação Humana
Luis Paulo esclarece que as aulas de agricultura contribuem, também, para a formação do caráter dos alunos.
“Ajuda muito na questão da formação do caráter dessas crianças, na organização, na questão de amizade, trabalhar em grupo e obter o conhecimento. Muitos aqui nunca viram como é que cultiva, como é a planta de uma hortaliça – que às vezes vê só no mercado -, mas aqui eles aprendem como é que realmente funciona e ter esse olhar diferenciado para o pequeno produtor, para o produtor da agricultura familiar, aquele que trabalha no campo e quem sabe seguir essa atividade que é tão importante aqui para o nosso município”, expressou.
Stefhany também compartilha do mesmo pensamento e diz que levará os aprendizados para vida. “O que a gente aprende aqui também a gente pode levar para vida, porque lá na frente, até para ser uma veterinária, isso vai valer muito, porque muitos animais utilizam disso daqui para comer”, complementou ela.
Fonte: Prefeitura de Sinop – MT
Tribunal de Justiça de MT
Poder Judiciário retira crianças da “invisibilidade documental” durante Expedição Araguaia-Xingu
Por quatro anos, Pedro Vinícius Gomes de Souza viveu sem certidão de nascimento. Sem esse documento, ele não podia ser matriculado em creche, não tinha acesso a cadastro em serviços públicos. Era como se a criança não existisse.
Morador de Espigão do Leste, distrito de São Félix do Araguaia (1.060 km de Cuiabá), o menino nasceu em período de forte chuva, inviabilizando o deslocamento até a Comarca mais próxima. Depois, a rotina de trabalho da mãe, Cláudia Fernanda Gomes Pereira, e a ausência de transporte tornaram o registro ainda mais difícil. O cartório mais próximo fica a cerca de 200 quilômetros de estrada de chão. “Eu sabia que precisava registrar meu filho, mas não tinha como viajar. Trabalho, outros filhos pequenos, e a distância… tudo ficava impossível”, relatou Cláudia.
O pai, Edvaldo Vasconcelos de Souza, 39 anos, é vaqueiro. Ele contou que, no dia do parto, estava trabalhando e não pôde chegar ao cartório no prazo exigido para o registro. A distância e a rotina de trabalho no campo dificultaram tudo. “Eu estava na fazenda e não consegui ir. Aqui é longe demais. Quando a gente vê, os dias passam e não dá tempo de ir até a cidade”, relatou.
A realidade mudou durante a 7ª Expedição Araguaia-Xingu, iniciativa do Poder Judiciário de Mato Grosso que leva serviços de cidadania a regiões de difícil acesso. Em poucos minutos, dentro da sala de audiência montada na escola municipal, o registro foi feito. Com o documento em mãos, Cláudia passou a respirar aliviada. “Representa uma vitória. Agora, graças a Deus, ele vai para a escola. É um direito que ele tem”. Ela reforça que a dificuldade não é uma situação isolada. “Aqui tem muita gente que passa por isso. Quem não tem carro e não tem dinheiro para viajar acaba ficando sem o documento”, acrescentou.
Lis Maria – A história de Pedro não é exceção. Aos nove meses, Lis Maria Conceição da Silva também vivia sem certidão. A menina tinha apenas a Declaração de Nascido Vivo, documento provisório entregue pelo hospital.
Moradora de uma área rural do distrito, a mãe, Ana Beatriz Conceição da Silva, 18 anos, explicou que o registro foi sendo atrasado por limitações da vida cotidiana. “Ela nasceu no sábado e o cartório estava fechado. Depois, eu não conseguia faltar do trabalho. A gente foi adiando”.
Os casos de Pedro e Lis, assim como outros, foram amparados pela equipe do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), que realizou o reconhecimento voluntário de paternidade, lavrou a ata e emitiu a certidão de nascimento, tudo no mesmo dia e no mesmo local. “Com a certidão, posso levar minha filha às consultas e resolver o que ela precisar”, afirmou Ana Beatriz.
Para a agente comunitária de saúde Raimunda Viana, o problema é repetido em muitas casas. “Sem certidão, a criança não entra no Sistema Único de Saúde. Aqui há muitas mães na mesma situação”, revelou. “Sei de casos de crianças de 14 anos que vivem sem a Certidão de Nascimento. É uma verdadeira benção a presença do Judiciário aqui”.
A presença do Judiciário foi destacada pelo subprefeito do Distrito, Richardson Vick. “É um atendimento que nunca tivemos aqui”, afirmou. “Só hoje, antes das 8h da manhã, já tínhamos mais de 180 pessoas na fila. O Judiciário vindo até o distrito evita que as famílias percorram longas distâncias em estrada de chão para conseguir um documento”, completou.
O juiz responsável pela Expedição, José Antônio Bezerra Filho, explica que justamente o propósito dessa iniciativa é aproximar o Judiciário de quem não consegue chegar até os serviços públicos. “O Judiciário precisa estar onde o cidadão está. Aqui, a distância significa não ter acesso. Quando trazemos o serviço para perto, garantimos direitos”, afirmou. Segundo ele, o modelo adotado une celeridade e simplicidade: “É dar efetividade à Justiça. Não esperar que a população percorra quilômetros para ter o que é de direito”, completou.
Atendimento – Os atendimentos seguem na Escola Municipal Alberto Nunes da Silveira neste domingo (09 de novembro), das 8h às 11h30 e das 13h às 17h.
Parceiros – A Expedição Araguaia-Xingu é coordenada pelo Poder Judiciário de Mato Grosso. A ação é organizada pela Justiça Comunitária e conta com atuação integrada do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), do Núcleo Gestor da Justiça Restaurativa (NugJur), da Comissão Estadual Judiciária de Adoção (Ceja) e do Juizado Volante Ambiental (Juvam).
A iniciativa só se torna viável graças à união de esforços de diversas instituições públicas. Entre elas estão: Defensoria Pública, Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT), Ministério Público do Estado, Politec, Justiça Federal, Secretaria de Segurança Pública (Sesp), Polícia Judiciária Civil (PJC), Companhia de Polícia Ambiental, Corpo de Bombeiros Militar, além das Secretarias de Meio Ambiente (Sema), de Saúde (SES), de Educação (Seduc) e de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).
Também participam e apoiam a expedição a Receita Federal, Caixa Econômica Federal, INSS, Assembleia Legislativa, Exército Brasileiro e as prefeituras dos municípios envolvidos. O projeto ainda conta com o apoio de empresas parceiras, como Aprosoja, Energisa, Paiaguás Incorporadora e Bom Futuro.
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Autor: Talita Ormond
Fotografo: Alair Ribeiro
Departamento: Coordenadoria de Comunicação do TJMT
Email: [email protected]
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