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ALEGOU RISCO À HONRA

Emanuel Pinheiro tenta barrar investigação, juiz nega pedido e decide pela continuidade da CPI das fraudes fiscais

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O juiz Luís Aparecido Bortolussi Júnior, da 4ª Vara Especializada da Fazenda Pública de Cuiabá, negou o pedido do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), para que fosse suspensa a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara Municipal para apurar supostas fraudes fiscais no município. O chefe do Executivo alegou que a investigação poderia causar danos à sua honra e imagem. A decisão foi disponibilizada na última quinta-feira (17).

Ele alegou que a abertura da Comissão não observou os dispositivos da Constituição Federal e apontou que o objeto de apuração seria amplo e genérico, permitindo uma investigação indiscriminada, a chamada “fishing expedition”. Citou também que as supostas irregularidades já foram apreciadas pelo Tribunal de Contas do Estado, o que afastaria a utilidade da CPI.

O ex-prefeito reforçou que houve desvio de finalidade e abuso de poder, uma vez que a CPI ficou os primeiros 120 dias sem realizar ato efetivo, “revelando intuito meramente político e procrastinatório”. Segundo ele, a divulgação das investigações coloca em risco sua reputação pessoal e política, configurando exposição desnecessária e antecipada de sua imagem.

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E ao pedir a suspensão da Comissão, Emanue Pinheiro ainda citou risco de dano grave e irreversível à sua honra, imagem e reputação.

No entanto, o pedido foi rejeitado pelo juiz responsável pelo caso. Na decisão, o magistrado ressaltou que a paralisação da CPI representaria grave interferência no Poder Legislativo, além de provocar risco de dano inverso à ordem pública, já que impediria a continuidade de um processo de fiscalização legítimo da Câmara sobre atos da administração pública.

O juiz, porém, destacou que a CPI é um instrumento legítimo de fiscalização dos atos do Poder Executivo e que eventuais excessos podem ser questionados posteriormente, mas não justificam a paralisação imediata dos trabalhos.

Na decisão, o magistrado reforçou que o princípio da separação de poderes impede a Justiça de intervir em investigações parlamentares sem fundamentos sólidos de ilegalidade. “Suspender a CPI neste momento significaria restringir a autonomia do Legislativo e comprometer o interesse público na apuração das denúncias”, pontuou.

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“Embora o autor alegue riscos à honra/imagem e possibilidade de medidas invasivas, a suspensão integral da CPI, neste momento, importaria grave interferência na função fiscalizatória do Legislativo e risco de dano inverso à ordem pública. Ademais, eventual adoção de medidas restritivas de direitos (p.ex., quebras de sigilo) exige deliberação fundamentada da CPI, sujeita a controle judicial pontual, o que mitiga o periculum alegado”, registrou Bortolussi.

Com a decisão, a Câmara Municipal de Cuiabá poderá dar continuidade às oitivas, análise de documentos e coleta de provas no âmbito da CPI. O objetivo é esclarecer as denúncias de que haveria irregularidades em processos de arrecadação e concessão de benefícios fiscais no município, o que pode ter provocado prejuízos aos cofres públicos.

A defesa de Emanuel Pinheiro ainda pode recorrer da decisão em instâncias superiores, mas, por enquanto, os trabalhos parlamentares seguem em andamento.

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CPI conclui investigação e exige responsabilização por fios irregulares em Cuiabá

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Vinicius Ferreira | SECOM – Câmara Municipal de Cuiabá
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara Municipal de Cuiabá para investigar a situação dos cabos e fiações nos postes da capital, realizou na manhã desta quarta-feira (24), a entrega do relatório final e deliberou o encaminhamento das recomendações aos órgãos competentes.
O documento apontou que a concessionária Energisa, responsável pela energia elétrica, dona dos postes na capital, aluga o espaço para empresas de telefonia, TV a cabo e internet, mas não realiza a devida fiscalização, permitindo o acúmulo desordenado de fios. O problema, além de gerar poluição visual, representa riscos à segurança, como acidentes envolvendo motociclistas e até incêndios provocados pelo contato de cabos elétricos com fios abandonados.
O relatório também destaca que a legislação atual prevê multas entre R$ 3 mil e R$ 5 mil por poste em situação irregular, mas de forma pouco clara, o que abre brechas para que a concessionária não seja penalizada. A comissão pretende reforçar as normas, garantindo que a Secretaria de Ordem Pública e até mesmo os cidadãos possam denunciar e exigir a aplicação das penalidades. O objetivo é organizar a fiação da cidade, a exemplo de outras capitais, como Brasília (DF) e Vitória (ES), assegurando não apenas melhorias na estética urbana, mas, sobretudo, mais segurança para a população cuiabana.
Durante a apresentação, o presidente da CPI, vereador Eduardo Magalhães (Republicanos), ressaltou que o trabalho realizado ultrapassa os limites da capital e terá impacto em todo o estado.
“Estamos encaminhando este relatório ao Ministério Público de MT, ao Executivo Municipal, ao Tribunal de Contas e também à Assembleia Legislativa, onde a concessão está em processo de renovação. Essa CPI não contribui apenas com Cuiabá, mas com todo o Mato Grosso. Temos casos graves em Rondonópolis, Sinop, Sorriso e em várias cidades, em que fios soltos quase causaram tragédias. Isso precisa acabar, e só vai terminar com fiscalização, aplicação de multas e cobrança efetiva da concessionária”, afirmou.
A reunião também contou com a presença da secretária de Ordem Pública de Cuiabá, Juliana Palhares. Na ocasião, ela elogiou os trabalhos da CPI dos Fios e destacou que o relatório traz um diagnóstico técnico e detalhado sobre um problema que afeta toda a capital. Segundo ela, a comissão conseguiu reunir elementos importantes para apontar a omissão histórica na fiscalização da concessionária de energia e propor soluções efetivas. “Tivemos essa dificuldade durante décadas, mas a CPI fez um estudo ponderado, chamou a população para o debate e trouxe a Secretaria de Ordem Pública para participar da construção da solução”, pontuou.
Ela ressaltou ainda que as alterações legislativas sugeridas no relatório vão permitir um poder de fiscalização real contra a concessionária, algo que hoje é limitado pela fragilidade da legislação. A secretária lembrou que já existe um canal de denúncias no site da Secretaria de Ordem Pública (sorp.cuiaba.mt.gov.br), no qual os cidadãos podem enviar fotos georreferenciadas de postes com irregularidades. “Tenho certeza de que a nova legislação facilitará o nosso trabalho e trará consciência coletiva. A CPI não foi mais do mesmo, foi efetiva, e isso fará toda a diferença para resolver esse desafio”, disse ela.
Relator da CPI, o vereador Daniel Monteiro (Republicanos) destacou que até a própria Secretaria de Ordem Pública reconheceu a precisão do diagnóstico elaborado pela comissão. Segundo ele, ficou claro que a responsabilidade principal é da concessionária de energia, a Energisa, conforme prevê a Lei nº 484. No entanto, também foi apontada a ausência do Executivo Municipal, a necessidade de um decreto regulamentador e o aprimoramento da legislação, que já está em vigor há cinco anos. Para o parlamentar, esse período é suficiente para avaliar os acertos e erros e propor mudanças concretas.
Entre as recomendações que mais chamaram atenção está o aumento do valor das multas aplicadas às empresas responsáveis pelos fios abandonados. “Quanto mais intensa a penalidade, mais desestimulada fica a conduta”, afirmou. Daniel alertou ainda que o problema não se restringe à estética urbana, que afeta o turismo e os investimentos na capital, mas também envolve riscos sérios à segurança pública. Como exemplo, lembrou que, na semana anterior, um poste em frente ao Colégio Coração de Jesus pegou fogo, o que poderia ter causado uma tragédia caso atingisse estudantes. “É disso que se trata essa CPI”, reforçou.
A CPI teve como objetivo enfrentar o problema da fiação aérea irregular em Cuiabá, causada principalmente pela ocupação desordenada dos postes por empresas de telefonia e internet. A comissão buscou garantir a efetiva aplicação da Lei Complementar nº 484/2020, que trata da retirada de cabos inutilizados, além de propor mecanismos que reforcem a fiscalização e assegurem mais segurança à população.
Ao longo dos trabalhos, foram realizadas quatro reuniões, com a oitiva de representantes da concessionária Energisa, responsável pelo gerenciamento e aluguel dos postes, além de empresas de telefonia e da secretária municipal de Ordem Pública, Juliana Palhares, encarregada de fiscalizar e aplicar a legislação.

Fonte: Câmara de Cuiabá – MT

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